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Lendo e escrevendo

Lendo e escrevendo

O Autocarro de Rosa Parks

10.06.22, Almerinda

O Autocarro de Rosa Parks.jpg

Este ano, provavelmente já teria ido, pelo menos uma vez à Feira do Livro. Já teria percorrido os pavilhões ao longo das duas áleas que ladeiam o Parque, já teria olhado maravilhada para os jacarandás, já teria encontrado uma sombra para me sentar a descansar e a beber água, já teria folheado os livros que tinha comprado, tentando descobrir alguns dos que faziam parte da lista a que vou acrescentando sempre mais um...

O ano passado fui lá três vezes, para matar uma imensa saudade. Não sei por que motivo este ano a Feira não aconteceu na época dos jacarandás. A covid continua aí, mas a maior parte de nós já anda sem máscaras, já foi vacinada e já esteve infectada. Em 2022 a Feira do Livro vai novamente ser no Verão, no fim de Agosto até 11 de Setembro.

Em 2013 comprei este livro. A recordar-me tenho o facebook que nos lembra estas coisas e hoje decido postar aqui um pequeno texto sobre este livro que comprei nesse ano, quando ainda não tinha criado o meu blogue. 

O Autocarro de Rosa Parks, Fabrizio Silei e Maurizio Quarello, 2011

Era um livro que procurava há já alguns meses e que finalmente descobri no último dia da Feira do Livro deste ano. Estava na secção infanto-juvenil de uma das editoras presentes, mas como acontece com os bons livros para crianças, a sua leitura adapta-se a qualquer idade, quer se seja criança, jovem ou adulto/a.
Trata-se de uma viagem feita por um avô e neto ao Museu Henry Ford em Detroit, para verem, entrarem e sentarem-se naquele lugar onde a 1 de Dezembro de 1955, Rosa Parks, uma costureira negra de 44 anos se recusou a ceder o seu lugar no autocarro a um homem branco. Essa recusa, esse “NÃO” convicto e sereno foi o detonador de um movimento formidável da comunidade negra norte americana contra a segregação racial, apoiada por um outro homem de grande coragem que foi Martin Luther King.
O avô, um dos passageiros negros que então cedera o seu lugar como era habitual, quis dar ao neto o testemunho da coragem dessa mulher que, por se ter recusado a fazer o que era suposto, fez história e mudou uma página no curso da luta pela justiça e emancipação social.
«Há sempre um autocarro que passa pela vida de cada um de nós. Mantém os olhos bem abertos e não percas o teu.»
Não é por acaso que a Amnistia Internacional Portugal associou o seu logo à edição deste belo livro que vale não só pelo texto de Fabrizio Silei como pelas expressivas ilustrações de Maurizio Quarello.
Para ser lido e relembrado este gesto de resistência à segregação e ao apartheid protagonizado por uma simples mulher, associando-lhe os nomes de grandes figuras da luta contra o racismo: Martin Luther King e Nelson Mandela. 

 

 

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