Foi um Bom Ano (de leituras)!
Foi um bom ano!
Costumo dizer que quem não tem o hábito de ler, nem sabe o que perde. Em cada livro que lemos há um mundo novo que se abre, um diálogo que encetamos, uma caixa onde descobrimos preciosidades inimagináveis. Quem me conhece, sabe como a leitura é das actividades que mais prazer me dá e como depois de cada livro que leio, gosto de escrever um pequeno texto com a minha leitura pessoal. Só então dou por terminada a leitura. Às vezes, fico até com dificuldade de passar para outro livro, porque o anterior ainda anda às voltas na minha cabeça.
No final de cada ano, agarro na agenda onde listei os livros que li e depois faço aqui uma pequena publicação-síntese. É um clássico. A fotografia não reflecte essa lista, porque alguns dos livros que li requisitei-os na Biblioteca Municipal e outros emprestei-os e não os tinha comigo para a “fotografia de família”.
Como em anos anteriores, leio uma média de dois livros por mês. Este ano foram vinte e dois, melhor, vinte e um e meio porque ainda ando a meio da maravilhosa biografia de Agustina Bessa-Luís da autoria de Isabel Rio Novo, que penso terminar ainda durante as férias de Natal. Tento sempre escolher de forma paritária os autores, para que não sejam só homens ou só mulheres, ou só nacionais ou internacionais. Tento também não ir só atrás das modas ou do que que as livrarias (im)põem nas montras, embora este ano tenha usado menos o velho modo aleatório dos “potes” de livros “há muito à espera da sua vez” e “as novidades compradas ou oferecidas”. E como sigo três clubes de leitura – Unisseixal, Leia Mulheres Lisboa e Ler à Esquerda – tenho de tentar seguir as escolhas que são feitas pelos grupos. Li onze autores portugueses e onze autores estrangeiros; oito escritores e catorze escritoras.
Reli Maria Judite de Carvalho e Eça de Queirós no Círculo de Leitura da Unisseixal. Participei pela primeira vez numa maratona de leitura integral do “Manual de Pintura e Caligrafia” no dia do 17º aniversário da Fundação José Saramago e, promovido pela FEM com o apoio da livraria Snob, fizemos a maratona de leitura de “Novas Cartas Portuguesas”, para celebrar os 50 anos da absolvição das Três Marias.
Por ordem cronológica da leitura ao longo dos 12 meses do ano, sem escolhas impossíveis de fazer do tipo “os 5 melhores”, aqui vai a minha lista:
- “Capitães da Areia”, Jorge Amado, 1937
- “Acreditar nas Feras”, Nastassja Martin, 2019
- “Paula Rego, A Luz e a Sombra, Uma Forma de Olhar”, Cristina Carvalho, 2023
- “Tanta Gente, Mariana”, Maria Judite de Carvalho, 1959
- “Vemo-nos em Agosto”, Gabriel Garcia Márquez, 2024 (lançamento)
- “Outrora e Outros Tempos”, Olga Tokarczuk, 1992
- “A Cidade e as Serras”, Eça de Queirós, 1901
- “Memórias de Adriano”, Marguerite Yourcenar, 1951
- “Manual de Pintura e Caligrafia”, José Saramago, 1977
- “A Desobediente”, Patrícia Reis, 2024
- “Os Cus de Judas”, António Lobo Antunes, 1979
- “A Boa Sorte”, Rosa Montero, 2020
- “O Meu Pai Voava”, Tânia Ganho, 2024
- “Fahrenheit 451”, Ray Bradbury, 1953
- “As Inseparáveis”, Simone de Beauvoir, 1954
- “Retrato de Corpo e Alma”, Luís Alpico, 2023
- “O Poço e a Estrada”, Isabel Rio Novo, 2019
- “Um Cão no Meio do Caminho”, Isabela Figueiredo, 2022
- “Atos Humanos”, Han Kang, 2017
- “Timbuktu”, Paul Auster, 1999
- “Monólogo de uma Mulher Chamada Maria com a sua Patroa”, Sara Barros Leitão, 2021
- “Caderno Proibido”, Alba de Céspedes, 1952.
e…“Novas Cartas Portuguesas”, Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta, Maria Velho da Costa, 1972
Para o ano há mais.
Que seja um ano de boas leituras.
31 de Dezembro de 2024