Encontros
Encontros
Ler é uma das minhas rotinas enquanto tomo o pequeno-almoço. Geralmente folheio o jornal, leio uma crónica da Visão, acompanho o Expresso curto, sempre coisas breves. Hoje dei com uma revista antiga do Expresso (Março de 2017), um daqueles muitos jornais que nunca mais passam para a reciclagem, uma daquelas pedras no sapato aqui na nossa casa… Felizmente, esta revista ainda por cá andava e deu-me a oportunidade de ler a entrevista que José Mário Silva fez a Svetlana Alexievich em Minsk. Só conhecia o nome, sabia que tinha recebido o Prémio Nobel da Literatura em 2015, mas fiquei fascinada com a entrevista e logo anotei mais uns títulos para a lista interminável de livros-desejo.
E como hoje tinha intenção de me encontrar com Ana Cristina Silva que não via desde antes da pandemia, decidi que esta minha terceira e última ida à Feira do Livro neste 2021 seria não só o encontro presencial com a escritora portuguesa que muito admiro, mas tentar também encontrar-me com Svetlana. A escritora bielorrussa estava presente com vários livros e decidi-me por este que folheei e que deve ser extraordinário. O título e o que apreendi dele pela entrevista é um dos seus cinco livros corais, cheios de vozes numa tentativa de captar a “substância do tempo” e faz parte do projecto literário Vozes da Utopia, tendo sido publicado originalmente em 1985 e reescrito em 2002 quando a autora introduziu novos excertos que a censura anteriormente tinha cortado.
Um dia com bons encontros.